Acredito que a primeira sensação de vazio em nossa vida é na hora do nascimento; saímos de um lugar confortável, onde não passamos fome, sede, frio nem calor e sem preocupação alguma. Já um pouco crescido, começamos a notar que nosso copo de suco está mais vazio do que do irmão. De repente chega a adolescência, e aí começamos a conhecer o vazio do coração, do amor não correspondido, aquele vazio que se transforma em angústia por não sermos mais crianças e ainda não sermos adultos. E o vazio nos persegue, inclusive na fase adulta, e acabamos tomando medicamentos, outros, ingerindo drogas.
Feliz daquele que preenche o vazio de seu coração com DEUS, mas mesmo assim, algumas pessoas continuam sentindo um vazio. Estou experimentando, pela segunda vez, um vazio em minha vida; a primeira foi em 2008 quando meu filho mais velho saiu de casa para estudar em Campinas. Foi difícil chegar em casa, na hora do jantar, e olhar para onde ele sempre se sentou e... vazio...
A noite, antes de deitar, abrir a porta do quarto dele, olhar para a cama, e... vazio. Mas este vazio se preenchia com a presença de minha filha, ela estava lá, jantando com a gente, na hora de dormir ela dizia lá do seu quarto: “bença pai, bença mãe! De manhã bem cedinho, no banheiro, nós três dividindo a mesma pia, o mesmo espelho, saía de vez em quando uma discussão, mas isto é família, Graças a Deus!
Os anos se passaram, ela também cresceu e agora foi para a faculdade em São Paulo.
Logo bem cedinho, no banheiro agora são só duas pessoas e ao tomar banho, só há duas toalhas penduradas e não quatro, no café da manhã a mesa praticamente vazia, só duas xícaras, enfim... vazio. E para completar, este ano o horário de trabalho de minha esposa fez com que ela só almoce em casa duas vezes por semana. Então, na mesa de almoço só um prato, o meu. E de novo na minha cabeça a palavra do dia: vazio.
O importante é lidar com as situações que a vida nos apresenta da melhor maneira possível, evitando se lamentar, mas agradecer. E que delícia quando chega o final de semana, a mesa com quatro pratos, no banheiro aquela “confusão”, com quatro toalhas e a noite o pedido de bença pai, bença mãe, dos dois filhos. Que delícia que é a vida! E o vazio? Deixa para segunda-feira!!
Boa semana!